quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Porto - Sporting (5-2)

Jogo assistido no Estádio do Dragão


FC Porto vs Sporting (ESTELA SILVA/LUSA) 
Equipas 
Equipas iniciais:


Perspectiva do Porto
O Porto jogou num sistema muito semelhante ao que utilizara com o Nacional. Desta vez Beto na baliza, Fucile a lateral direito, Rolando e Maicon no eixo da defesa e Álvaro Pereira na esquerda. Fernando como médio defensivo, Belluschi a médio direito, Ruben a médio esquerdo, Mariano a extremo esquerdo, Varela a extremo direito e Falcao a ponta-de-lança.
Para além do que já foi referido acerca do jogo do Porto, destaco, no dia de hoje, em termos ofensivos: ofensivo:
  • Apostar ainda mais na subida dos laterais, tentando aproveitar dificuldades do Sporting a fechar nas alas;
  • Belluschi mais móvel e a jogar com maior velocidade, caindo muitas vezes na lateral;
  • Ruben Micael sem tanta tendência para descair para a lateral, mas usando a sua capacidade de passe longo e fazendo um jogo mais vertical;
  • Varela com mais liberdade para atacar.
As especificidades do jogo defensivo resumem-se em:
  • Mariano a fechar mais ao meio de modo a cobrir o médio direito do Sporting e passando, nessas ocasiões Ruben Micael a defender no centro;
  • Defesa à zona em todo o terreno, e com o sector mais recuado a impedir que as bolas chegassem ao avançados do Sporting;
  • Usar Mariano para fechar muitas vezes no meio campo, cobria não só as subidas de João Pereira como os médios interiores Sportinguistas.
Perspectiva do Sporting
 Carvalhal apresentou um sistema ainda vindo do tempo de Paulo Bento, provavelmente porque é isso que o plantel lhe dá. Rui Patrício na baliza, a defesa contituída por João Pereira na direita, Tonel e Carriço no centro e Grimi na esquerda. Um meio campo em losango com Adrien mais recuado, Miguel Veloso na direita, Izmailov na esquerda e Moutinho no centro e, mais à frente, Liedson e Carriço.
O seu jogo ofensivo caracterizava-se por:
  •  Dar liberdade a Moutinho para criar, ao ser o vértice mais adiantado do losango;
  • Utilizar a superioridade numérica no meio campo para desviar Fernando das zonas centrais e aproveitar espaço no meio;
  • Fazer subir os laterais, sobretudo João Pereira.
Em termos defensivos destacava-se por:
  • Marcação à zona no meio campo ficando Adrien para as dobras;
  • Fechar as subidas dos laterais ou pelos avançados ou pelos médios interiores, sendo que no ultimo caso, Moutinho ou Adrien (consoante a zona do terreno) encostavam a Belluschi ou a Rúben Micael;
  • Colar laterais nos extremos portistas.
Início do jogo
O Porto entrou claramente mais forte. Por um lado, uma vez mais, Veloso do lado direito e Izmailov do lado esquerdo não conseguiam transportar, por outro, os laterais portistas, sobretudo Álvaro Pereira em grande forma, criavam imensos desequilíbrios. Os médios interiores tinham muitas dificuldades em fechar os laterais portistas (já que Saleiro e Liedson pouco ajudavam) e Adrien não conseguia ter pernas para compensar a marcação e colar em Rúben ou Belluschi. Os dois médios do Porto foram preponderantes para  o bom início de jogo. Belluschi, que finalmente acordou, usava a velocidade e a lateralidade para ganhar a frente dos seus marcadores directos (tal como os jogadores do Braga no último fim-de-semana). Rúben Micael com passes magistrais oferecia espaços a quase toda a gente (Álvaro Pereira, Varela e Falcao). Sem uma marcação eficaz (Adrien esteve bastante mal) e sem velocidade no meio campo, a superioridade numérica nesta zona ao terreno não servia para nada.
O primeiro golo, apesar de sair de um canto, acabou por surgir de forma natural. O Porto já tinha criado oportunidades suficientes para marcar. Logo aí deu-se a primeira alteração táctica de Carvalhal. Miguel Veloso passou para a esquerda e Izmailov para a direita, o que estabeleceu um maior equilíbrio no meio campo.
A primeira e única vez que o Sporting usou a superioridade numérica para criar perigo resultou num golo. No entanto, o Sporting foi incapaz de criar novas situações de superioridade numérica no último terço do terreno, os laterais não subiam (Grimi tinha medo de Varela e João Pereira era fechado por Mariano) e a ajuda do capitão do Porto para fechar no meio campo empurraram os dragões para a frente. O golo do Sporting foi apenas uma excepção, porque o Porto continuava a dominar e a explorar a incapacidade de Adrien se tornar um pêndulo no meio campo e a lentidão do meio-campo sportinguista. Izmailov não é propriamente rápido e Veloso é muito pesado para uma posição ofensiva no meio-campo. Com Belluschi e Rúben a pôr o jogo a 200 km/h nada funcionava no sector médio leonino.
O segundo golo do Porto foi uma demonstração da superioridade ao nível do meio-campo e não apenas uma genialidade de Falcao ou um frango de Patrício. Falcao soube ganhar bem o espaço mas também o Porto foi capaz de colocar 5 homens junto à área que condicionaram a saída à bola dos jogadores do Sporting.
Carvalhal demorou 40 minutos a perceber o erro que era ter Adrien dentro daquele jogo. Substituindo-o, recuou Veloso para médio defensivo, Moutinho passou para a esquerda do meio-campo e Matías Fernandez passou para médio ofensivo. O meio-campo deveria começar a entender-se melhor, mas não. A lentidão e falta de garra mantiveram-se.
Do lado do Porto, o faro do golo inexistente noutros dias, neste jogo abundava. Rúben Micael uma vez mais explorando a sua verticalidade fez um passe sem olhar e de pé esquerdo (parece que passa tão bem a bola com um pé como com o outro) colocou a cabeça em Falcao, que uma vez mais não falhou. Falcao é neste momento o melhor ponta-de-lança em Portugal e nestas não falha (sim, melhor que Cardozo).
A partir daí foi o baixar dos braços sportinguista.

2ª Parte
Carvalhal trocou Saleiro por Pongolle mas este entrou ao nível de... Caicedo. A equipa já estava a regressar a casa e sem qualquer velocidade ou intenção de evitar a goleada foram surgindo os golos portistas. Varela com uma grande recepção ainda brincou com Grimi antes de marcar e até Mariano finalizou. Não um grande golo como aparenta na televisão mas um grande frango conforme se viu no estádio. A bola foi direitinha ao meio da baliza onde estava Rui Patrício.
Daí para a frente o Porto decidiu desacelerar. Era uma terça e domingo à jogo. O Sporting voltou a atacar porque o Porto deixou. Já estava decidido e entre 5 e 6 vai dar ao mesmo. As substituições do Porto e mesmo a troca de Izmailov por Pereirinha foram apenas trocas de jogadores nas mesmas posições. Tudo já estava decidido e até o golo de Liedson foi festejado pelos adeptos do Porto gozando com o grito da claque sportinguista.

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