sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Porto - Arsenal (2-1)

agência /AFP

Equipas iniciais

Perspectiva do Porto
O Porto apresentou-se com o seu esquema habitual, embora com pequenas alterações (entradas de Hulk e Raúl Meireles para os lugares de Mariano e Belluschi). Hélton esteve na baliza. Defesa constituída por Fucile, Rolando, Bruno Alves e Álvaro Pereira. Meio-campo com Fernado mais recuado, Ruben Micael na direita e Raúl Meireles na esquerda. À frente Varela e Hulk junto às laterais (trocando constantemente de posições) e Falcao no eixo.
Em relação à postura táctica, em primeiro lugar é necessário referir o total encaixe teórico no sistema do Arsenal. Enquanto o Porto tinha um triângulo no meio-campo com o vértice recuado (Fernando), o vértice do Arsenal (Fabregas) era o mais adiantado. Deste modo, Meireles e Rúben Micael estavam encostados a Diaby e Denilson e Fernando a Fabregas.
Em termos ofensivos, o jogo caracterizava-se por menor mobilidade lateral dos médios mais ofensivos (não descaíam tantas vezes para o apoio aos extremos e à subida dos laterais). Por outro lado, Varela e Hulk trocavam mais vezes de posição do que o costume e Álvaro Pereira mantinha a sua propensão ofensiva. Em termos defensivos, o objectivo seria encaixar ao máximo o meio-campo. Com Fernando a marcar Fabregas e Meireles e Rúben Micael a impedirem subidas de Denilson e, sobretudo, Diaby.

Perspectiva do Arsenal
O Arsena  apresentou-se com a já referida estrutura: Fabiansky na baliza, defesa com Sagna, Campbell, Vermaelen e Clichy. Meio-campo com Denilson e Diaby mais recuados e Fabregas solto à frente destes. Nasri a extremo esquerdo, Rosicky a extremo direitoe Brendtner a ponta-de-lança.
As principais opções ofensivas passavam por uma influência muito grande de Fabregas. Este movimentava-se bastante, sobretudo encostando ao lado de Brendtner como segundo ponta-de-lança, mas também deslocava-se para as laterais, ou recuava para vir buscar jogo mais atrás. Por outro lado Diaby era o segundo médio mais ofensivo, trocando de posição com Fabregas nos pontapés de baliza de modo a ganhar bolas de cabeça em zonas ofensivas. Notavam-se também algumas trocas de posição Brandtner-Rosicky e Brendtner-Nasri, mas estas eram mais raras. Os laterais pouco subiam.
Em termos defensivos, Wenger apostou numa pressão alta, com 4 homens junto aos defesas do Porto de modo a terem dificuldades a iniciar jogadas de ataque. Denilson e Diaby tentavam controlar Meireles e Rúben e na defesa 4 homens para os três avançados do Porto. Não havia, por isso uma preocupação com subidas de Fernando, por exemplo.

1ª Parte
Embora o encaixe táctico pudesse supor um início de jogo demasiado perdido a meio campo, acabou por suceder o contrário. Tanto o Arsenal como o Porto (sobretudo), entraram com vontade de marcar e chegavam facilmente à baliza contrária. Isto deveu-se, sobretudo, às subidas dos médios defensivos do Arsenal (Diaby, maioritariamente) que se por um lado, não eram acompanhadas com descidas de Meireles e Micael, por outro permitiam que os dois médios do Porto tivessem também liberdade paraconstruir. Também se notou algum nervosismo na defesa do Arsenal, daí que o Porto criasse mais situações de perigo. Foi numa demonstração de insegurança de um jogador (Fabiansky) que o Porto passou para a frente ainda nos primeiros minutos.
Após o golo, o Arsenal veio para a frente, utilizando não só as subidas de Diaby como Fabregas, que começou a pegar no jogo mais frequentemente. Nessa altura o meio-campo do Porto começou a desmembrar. Rúben Micael e Meireles não se entendiam convenientemente (quanto tempo treinaram juntos? uma semana?) e Fernando falhava em todos os timings (Vou agora ao Fabregas ou não? Vou cortar a bola ao Diaby ou fico com o Fabregas?). Além disso, o Arsenal era perigosíssimo em lances de bola parada (todos bem estudados), e foi num canto que empataram.
A seguir ao golo, o Porto voltou a acelerar um pouco, mas o Arsenal mantinha-se com vocação ofensiva. O jogo estava assim porque se por um lado, Fernando era incapaz de se encontrar e Rúben e Meireles não cumpriam as suas funções defensivas, por outro Denilson e Diaby também não travavam muito bem os dois médios do Porto. Há ainda que contar com Fabregas, que parecia estar em todo o campo: Ora a ponta-de-lança, ora ao lado de Denilson, ora na quina da área a cruzar bolas. Tudo num jogo altamente desgastante.
A primeira parte acabou com um 1-1 mas podia estar qualquer equipa a ganhar.

2ª Parte
A segunda parte começou com um Arsenal cada vez mais dependente de Fabregas. Diaby já não subia tanto e era o catalão a vir pegar no jogo atrás. Os contra-ataques do Porto aparentavam ser lentos, mas foi num deles que Campbell atrasou a bola para Fabiansky e este assistiu para Ruben Micael marcar um golo a meias com Falcao.
A partir daí o Arsenal quebrou porque Fabregas foi diminuindo a sua influência na equipa (talvez por não aguentar um ritmo tão forte o jogo todo). Wenger tentou suprir esta desaceleração com a entrada do rapidíssimo Walcott para o lugar de Rosicky e Jesualdo respondeu logo a seguir colocando um médio de maio contenção (Tomás Costa) no lugar de Meireles. Certo é que Walcott apenas conseguiu suster melhor as avançadas de Pereira, porque em termos ofensivos não trouxe muito mais ao Arsenal. Tomás Costa serviu para controlar melhor Fabregas, que recuava cada vez mais para recuperar a bola e lançar em profundidade.
Mais tarde sai Hulk, desgastado e entra Mariano. No Arsenal nova troca por troca, Brendtner por Vela. Apesar de jogarem na mesma posição Vela era muito mais móvel, e já que Brandtner não ganhava a Bruno Alves e Rolando pelo corpo, podia ser que Vela ganhasse pela velocidade, mas também não. Por fim, Wenger substituiu o último dos avançados, colocando Eboué no lugar de Nasri, mas pouco ou nada alterou. No Porto, a substituição de Rúben Micael por Belluschi deveu-se unicamente ao cansaço do primeiro.

Conclusão
Um jogo com duas fases distintas. Na primeira, até aos 2-1, ambas as equipas a querem marcar e onde o meio-campo de ambas servia muito mais para atacar do que para defender. Após o segundo golo do Porto o Arsenal esvaiu-se muito devido à baixa de produção de Fabregas. A partir daí o Arsenal atacou mais mas o Porto dominou mais, e o 2-1 acabou por se arrastar. Apenas foi o fim da primeira parte da eliminatória. Vamos ver o que acontece em Londres (Onde estarei como enviado especial).

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