
Equipas iniciais
Perspectiva do Porto
O Porto apresentou-se com o habitual sistema, mas com pequenas alterações relativamente ao jogo anterior. Mariano Gonzalez substituiu o castigado Hulk, mas em vez de jogar na esquerda como o fez em muitos jogos passou para a direita, desviando Varela para o lado contrário. Para além disso, Rúben Micael apareceu nas esquerda do meio-campo e Raúl Meireles na direita.
O Porto jogou então com Hélton na baliza. Fucile a lateral direito, Rolando e Bruno Alves no centro da defesa e Álvaro Pereira na esquerda. Fernando era o médio mais recuado, à sua frente Meireles e Rúben Micael e no ataque Mariano, Falcao e Varela.
Em termos ofensivos a deslocação de Varela para a esquerda foi no sentido de aproveitar um ponto fraco da defesa do Braga: Filipe Oliveira. Por outro lado, além dos já mais que referidos movimentos dos médios interiores para as laterais (mais Meireles que Micael), notavam-se movimentos verticais de fora para dentro da área. Conhecendo a pressão alta do Braga não havia muita margem para a construção pausada de trás para a frente, pelo que a transição era feita preferencialmente pelas laterais, sobretudo pela esquerda com trocas de bola entre Álvaro Pereira e Varela.
Em termos defensivos, a colocação de Mariano à direita servia não só para Varela explorar Filipe Oliveira mas também para segurar Evaldo, que seria assim impedido de fazer as suas habituais incursões perigosas pela esquerda. Mais atrás, e como o Braga gosta de jogar com cinco homens em bloco dentro da área, a marcação era tipicamente à zona, recuando sempre um dos médios interiores de modo a obter-se superioridade numérica defnsiva.
Perspectiva do Braga
O Braga apresentou-se com um sistema diferente do habitual, tentando obter superioridade numérica no meio-campo. Eduardo na baliza, Filipe Oliveira a lateral direito, Paulão e Moisés como defesas centrais e Evaldo a lateral esquerdo. O meio-campo apesar de ter mais um homem, caracterizava-se por não ter posições muito fixas. Olberdam era o elemento mais recuado, o único que não avançava no terreno até à área do Porto. Hugo Viana era, dos restantes aquele que tinha maior pendor defensivo. Alan era um misto de médio direito e de extremo direito. Luís Aguiar jogava mais pela esquerda e Mossoró pelo centro, tanto surgindo no papel de número dez como no de ponta-de-lança. Paulo César era claramente o elemento mais adiantado, embora não fosse um ponta-de-lança puro.
Em termos ofensivos, o Braga procurava colocar sempre cinco homens na área (Alan, Paulo César, Mossoró, Luís Aguiar e Hugo Viana), podendo a bola ser transportada por qualquer um, à excepção de Paulo César. Ao contrário do habitual, os laterais, nomeadamente Evaldo raramente subiam, pelo que a transição ofensiva estava mesmo limitada aos cinco jogadores referidos. Paulo César, como referi, não era um ponta-de-lança, mas sim um elemento móvel sem preocupações defensivas. Quando surgia no meio, era frequente entrar do lado esquerdo Luís Aguiar, embora também surgisse de vez em quando Mossoró ou mesmo Hugo Viana. Quando se deslocava para a esquerda surgia no meio Mossoró. Estas subidas de cinco homens deixavam muitas vezes bastante espaço livre entre o sector defensivo e o ofensivo (linha de cinco homens na área e os quatro defesas no meio campo) que Olberdam era incapaz de fechar, ficando muitas vezes pouco à frente dos centrais.
Em termos defensivos, havia a preocupação de colocar quatro elementos a pressionar junto à área adversária bem junto dos quatro defesas do Porto. Alan em Álvaro Pereira, Mossoró e Paulo César nos centrais e Luís Aguiar em Fucile. Mais atrás, Hugo Viana encostava em Meireles e Olberdam em Rúben Micael. O objectivo era limitar as linhas de passe do Porto forçando a equipa a lançamentos longos por parte dos defesas ou a ter que transportar a bola com Fernando, um elemento claramente fraco no capítulo da construção de jogo.
1ª Parte
O jogo começou numa toada bastante rápida com preponderância do Porto. Uma vez mais, o lado esquerdo foi o principal impulsionador. Domingos colocou Alan desse lado pois embora seja um jogador que não defende propriamente bem, atemoriza os laterais por ser muito rápido e perigoso quando ganha a frente dos adversários. No entanto, Álvaro Pereira pouco se importou e subiu na mesma, passando facilmente Alan e mesmo sem precisar de um grande apoio de Rúben Micael conseguia, juntamente com Varela pôr a cabeça de um Filipe Oliveira muito fraco em água (Era o mesmo jogador que jogou com o Sporting e fez esquecer João Pereira?).
O Braga apostava na colocação dos tais cinco homens na área do Porto. Era perigoso nessas alturas mas o espaço que se abria entre defesa e ataque beneficiava as transições rápidas do Porto, que voltaram a funcionar bem. Quanto à superioridade numérica no meio-campo devido à alteração táctica de Domingos, pouco ou nada se notava.
O primeiro golo do Porto surgiu do aproveitamento do espaço no meio-campo. Meireles teve espaço para um passe vertical para Rúben Micael, este colocou rapidamente em Varela que com todo o espaço dado pelo hesitante Filipe Oliveira colocou no meio onde entrou muito depressa Raúl Meireles, num movimento pouco típico até agora no Porto (fazendo lembrar os de Lucho).
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