sábado, 30 de janeiro de 2010

Braga - Sporting

Sp. Braga venceu Sporting 

Equipas Iniciais

Perspectiva do Braga

Domingos montou uma equipa com 4 defesas, Filipe Oliveira na direita, Rodríguez e Moisés no eixo e Evaldo na esquerda. Vandinho era o médio mais recuado , estando à sua frente Hugo Viana e Mossoró. Alan e Paulo César arrancavam pdo meio campo para o ataque. O primeiro sobretudo pela direita e o segundo pela esquerda. Na frente de ataque estava Meyong.
Tanto em termos ofensivos como defensivos, o jogo do Braga foi muito refinado. Comecemos a análise pelas jogadas de ataque:
  • Um lateral a subir de cada vez, sem desequilibrar a defesa e sendo quase sempre perigoso nas combinações com médios e avançados (de salientar que Filipe Oliveira já fez esquecer João Pereira);
  • A colocação sempre de vários jogadores na linha da frente formando triângulos próximos do portador da bola, havendo assim sempre várias linhas de passe;
  • Alternar o jogo curto referido acima com passes longos: a estratégia passava por encostar muitos jogadores a uma lateral chamando também jogadores do Sporting e com a qualidade de Hugo Viana abrir o jogo para o lado contrário onde subia o lateral;
  • A colocação de 5 ou 6 jogadores na área (nunca mais e nunca menos), criando superioridades numéricas em áreas muito avançadas do terreno;
  • O aproveitamento da capacidade técnica de Mossoró, Alan e Paulo César para ganhar as costas dos seus marcadores directos criando jogadas de perigo ou amarelando os adversários.
Em termos defensivos a estratégia do Braga passava por:
  • Pressão alta com todos os jogadores da frente (Alan, Meyong, Paulo César, Hugo Viana e Mossoró), defendento em triângulos sucessivos (dois à frente e um atrás) sem marcações individuais;
  • Descidas constantes de Paulo César e Alan apoiando os laterais;
  • Vandinho mantinha constantemente uma posição central, encostando muitas vezes à defesa dobrando os centrais;
Perspectiva do Sporting

Carvalhal apostou num modelo ainda bastante próximo do que vinha de Paulo Bento. Defesa de quatro homens, João Pereira, Tonel, Carriço e Grimi, Adrien como médio mais recuado, Veloso desta vez na meia direita, Izmailov na meia esquerda, João Moutinho no apoio aos homens de ataque e Liedson e Saleiro na frente.
A táctica de Carvalhal não era tão exigente para com os jogadores como a de Domingos, de qualquer forma, ofensivamente as suas ideias passariam por:
  • Apostar na subida de laterais rápidos;
  • Permitir o aparecimento de Moutinho em zonas de remate ou de último passe, bem como no apoio às laterais;
  • Miguel Veloso e Izmailov com menos propensão para lateralizar, mas mais hipóteses para rematar de longe (daí a sua colocação no lado contrário aos seus pés preferidos;
  • Apostar nas bolas paradas com cruzamentos longos para a área, procurando aproveitar a dificuldade de Eduardo nos cruzamentos.
Em termos defensivos tenho algumas dificuldades em analisar as ideias principais. Os quatro defesas deveriam cair em Paulo César, Alan e Meyong,  Miguel Veloso e Izmailov que deveriam acompanhar Hugo Viana e Mossoró  e para fechar as subidas dos laterais deveria ser Moutinho ou um dos avançados.

Início do jogo
O jogo começou bem disputado, mas com o Braga a dominar.A forma como fazia uma defesa alta e com vários jogadores permitiu que a bola só chegasse aos médio do Sporting em muito más condições, obrigando João Moutinho e os avançados a recuar muito no terreno e a vir buscar jogo. O Sporting só era perigoso em lançamentos longos para a área ou em remates também de longe, já que o meio campo era totalmente dominado pwlo Braga. Por outro lado, Miguel Veloso e Izmailov pareciam estar a passar ao lado do jogo já que, conduzindo a bola pelo lado de dentro, tornavam-se presas fáceis para os médios do Braga.
Do outro lado, o número de homens do Braga que chegavam à área era sempre desequilibrador, Adrien não conseguia ser produtivo em termos defensivos e as jogadas de maior perigo eram em bolas conduzidas pelos laterais  que se aproximavam de uma área que tinha muitas vezes mais homens do Braga do que do Sporting. Além disso, a recuperação de bola em zonas avançadas do campo associadas a transições rápidas permitiam que Mossoró transportasse a bola facilmente até junto da área, situação esta que rendeu vários cartões aos jogadores do Sporting.
O golo acabou por surgir numa dessas jogadas em que o Braga ocupava toda a área do Sporting. Paulo César ganhou facilmente na lateral, passou João Pereira e como a defesa estava hesitante entre cair na bola ou marcar os avançados, este rematou de pronto e, ainda contando com um desvio, marcou o único golo.
Após o golo e até ao fim da primeira parte, o joo manteve-se da mesma forma. Sporting apenas perigoso em bolas bombeadas e o Braga a defender bem com as linhas avançadas.

2ª Parte
A segunda parte parecia iniciar-se da mesma forma, restando saber até quando o Braga iria aguentar uma postura defensiva tão exigente em termos físicos. De facto, ao longo do tempo as forças foram diminuindo, cada vez se recuava mais e o sistema foi ficando mais fíxo e menos exigente.
Apercebendo-se da dificuldade dos médios do Sporting, Carvalhal optou por tirar Izmailov e colocar Yannick a extremo esquerdo. Moutinho recuou para o lado de Miguel Veloso e  Saleiro encostou um pouco à esquerda (não como um extremo mas como um avançado que entra ao segundo poste).
Logo a seguir Domingor retirou Meyong o mais fixo e menos perigoso avançado para colocar Mateus. Ao mesmo tempo colocou Luís Aguiar no lugar do Paulo César. Mateus, bastante mais rápido que Meyong, teria maiores preocupações defensivas procurando, juntamente com Alan, reavivar a pressão alta que já se encontrava em decadência. Luís Aguiar vinha com funções parecidas mas em posição mais recuada. Procurar ter mais homens no meio campo (já que Vandinho funcionava  claramente como um quinto defesa) e usar a sua técnica para conduzir o jogo. Apenas o primeiro objectivo foi conseguido. Hugo Viana recuou um pouco, Mossoró também e e Luís Aguiar fechava bem as subidas dos laterais sportinguistas, sobretudo João Pereira.
A entrada de Matías Fernandez foi com o objectivo de dar mais critividade ao meio campo, recuando Miguel Veloso para o meio campo defensivo e saindo Adrien num jogo em que esteve muito fraco. Logo a seguir entrava Sinama para o lugar de Saleiro alargando a linha de ataque mas deixando Liedson mais sozinho. Curiosamente nenhuma destas alterações deu resultados imediatos, apesar do Braga estar a sofrer os efeitos físicos de um hora a altíssima intensidade (que obrigou Domingos mais tarde a tirar Mossoró, colocando Rentería mais à frente e obrigando Alan a recuar um pouco).
Apesar do Braga não atacar há muito, não houve a coragem de tirar um defesa e dar mais um homem ao meio campo, já que com Vandinho recuado o Sporting podia aproveitar para se superiorizar naquela zona do terreno. Os lances de perigo continuaram a ser de bola parada à excepção de uns minutos de desconto de desespero Sportinguista.

Conclusão
Foi um resultado que premiou, por um lado, ao audácia bacarense na primeira hora e a sua capacidade de sofrimento no final. Será muito difícil ultrapassar um sistema como o que o Braga utilizou na primeira hora. A questão é que eles não aguentam assim todo o jogo, podendo estar aí a fraqueza desta equipa (além das bolas bombeadas para a área). No entanto, o Sporting não soube explorar isso, e os jogadores do Braga estiveram irrepreensíveis em termos posicionais. De realçar novamente Filipe Oliveira. Se compararmos a sua exibição com a do seu antecessor, ficamos com a ideia que o Braga fez um excelente negócio. Defende melhor, ataca (não tão bem, é certo) e é muito menos espalhafatoso.

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