segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Marítimo - Benfica (0-5)

 
Equipas iniciais


Perspectiva do Marítimo

Mitchell Van der Gaag optou por uma defesa de quatro elementos com Paulo Jorge a lateral direito, Robson e Fernando a centrais e Alonso a lateral esquerdo. No meio campo colocou uma linha de dois homens mais recuados (Roberto Sousa e Olberdam) ficando João Luiz mais à frente no apoio aos três avançados: Pitbull e Manu nas alas e Baba no eixo.
Em termos ofensivos quis apostar sobretudo na força e velocidade de Pitbull e na técnica de Manu. Estes deveriam vir buscar o jogo atrás e tentar causar desequilíbrios na defesa do Benfica através de desvios para o centro. Por outro lado, os dois médios defensivos davam alguma segurança para a subida dos laterais, bastante rápidos e a liberdade de criação de jogadas a João Luiz.
Quanto à postura defensiva, confesso que tenho algumas dúvidas acerca dos objectivos de Van der Gaag. Apesar de contar com 6 elementos de campo com características defensivas, a sua disposição não parecia encaixar no meio campo benfiquista. Tratava-se sobretudo de uma marcação à zona, em que um dos médios defensivos caía na lateral para marcar Di Maria ou Ramires enquanto o outro colava em Aimar e João Luiz impedia subidas de Javi Garcia. Um dos laterais deveria encostar no médio restante e outro em Saviola, enquanto os centrais ficaríam com Cardozo. Sem dúvida um sistema muito confuso e demasiado exigente.

Perspectiva do Benfica

O Benfica jogou no seu esquema habitual. Quim na baliza, o lateral direito era Maxi Pereira, Luisão e David Luiz jogavam no eixo e César Peixoto do lado esquerdo. Javi Garcia como homem mais recuado do meio campo e depois Ramires na direita, e Di Maria na esquerda, sendo que o primeiro tinha mais preocupações defensivas que o segundo, que se encostava muitas vezes a Saviola e Cardozo passando o Benfica a jogar com três avançados quando tinha a bola. Como distribuidor de jogo estava Aimar e na frente os já referidos Saviola e Cardozo.
Em termos ofensivos já muito foi dito. Constantes subidas dos laterais, sobretudo Maxi, Di Maria muitas vezes a funcionar como extremo e Aimar,  sem marcação específica, a ter alguma liberdade para criar espaços e passes em profundidade.
Em termos defensivos, os quatro defesas estavam em superioridade numérica em relação aos 3 avançados do Marítimo, Javi Garcia encostava a João Luiz e, dada a dificuldade de Roberto e Olberdam em atacar, a preocupação era mais em fechar as subidas dos laterais com Ramires e Di Maria do que propriamente controlar as ofensivas dos médios maritimistas.

Decorrer da 1ª Parte
Olhando para os sistemas tácticos, o Benfica parecia levar vantagem, mas no início o Marítimo esteve melhor. Javi Garcia dava alguma liberdade a João Luiz e Pitbull mostrava-se perigoso. O Marítimo chegou mesmo a enviar duas bolas ao poste (lance individual de Pitbull a descair para o meio e canto directo de Alonso). De qualquer forma, a disposição dos jogadores da equipa madeirense, dava a entender que o Benfica, se acordasse, conseguiria ter todos os espaços e mais alguns.

Golo do Benfica (Saviola) 28'
Nem foi preciso acordar. Bastou uma bola colocada na zona morta entre o central e o lateral direito do Marítimo para toda a defesa ficar descompensada e atrapalhada. E mesmo numa jogada aos repelões, a defesa maritimista não se reorganizou, tanto os médios defensivos como os laterais não sabiam bem onde estar e acabou por aparecer primeiro Cardozo e depois Saviola com espaço para finalizar. Foi o último que marcou.

Expulsão de Olberdam, golo do Benfica (Maxi Pereira) e substituição no Marítimo (Sai Pitbull entra Briguel) 31' a 40'
Estes minutos decidiram o jogo. Em primeiro lugar Olberdam é expulso, e se a disposição táctica do Marítimo já era confusa, com a saída do médio brasileiro a situação ainda piora, perdendo-se o norte. Sem tempo para o Marítimo fazer uma primeira substituição para corrigir a falta de elementos no meio campo, o Benfica marca e decide o jogo. Van der Gaag acaba por tirar Pitbull, o mais perigoso até então, e coloca Briguel a lateral direito. Paulo Jorge sobe para a posição de Olberdam e Manu e Baba ficam na frente, passando o segundo a ter uma postura muito mais móvel do que no início. No entanto, penso que a saída de Baba se justificava mais, apesar de Pitbull já ter um cartão amarelo.

Expulsão de Robson, golo do Benfica (Cardozo), substituição no Marítimo (Sai João Luiz entra João Guilherme) e início da segunda parte.
O Benfica, continuava a ter todo o espaço para jogar, até porque equipas com dois médios defensivos são presa fácil para o sistema táctico dos da Luz. Foi por isso natural o terceiro golo, que também acarretou uma expulsão. Se o jogo já estava decidido, nesta jogada foi decidida a goleada. Mitchell optou por repor o segundo central com a entrada de João Guilherme passando a jogar toda a segunda parte com duas linhas de 4 elementos. Recuou Baba para jogar ao lado de Roberto e nas alas jogou com Manu e Paulo Jorge.

Segunda Parte, dois golos e três substituições  no Benfica, uma substituição no Marítimo
Não há nada para dizer destes 45 minutos que deram sono. O Benfica manteve o mesmo espírito e as substituições só serviram para dar descanso a uns e ritmo a outros. Do lado do Marítimo apenas se esperava pelo fim do jogo.

Fim do jogo e conclusão
Não acredito que uma equipa que apresente o esquema táctico do Marítimo consiga ganhar ao Benfica. As coisas não encaixaram e mais cedo ou mais tarde surgiria o golo. Não foi uma vitória difícil para o Benfica mesmo se excluirmos as expulsões. Após o primeiro golo estava escrito que o Marítimo não ganhava.

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