quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Estoril - Porto (0-2)

Estoril vs FC Porto (ANTONIO COTRIM/LUSA)

Com uns dias de atraso aqui vai a crónica deste jogo.

Equipas iniciais:
Perspectiva do Estoril
O Estoril apostou numa defesa com quatro elementos (Marco Silva, Jardel, Luiz Alberto, Ismaily), um meio campo com três elementos, dois mais recuados e um mais avançado (Erick, Varela e João Coimbra) e três avançados, Lulinha e Raphael nas laterias, alternando entre si e Rodrigo Hothe no centro.
A estratégia passava por um total encaixe no sistema previsto para a Porto: 2 médios defensivos do Estoril nos dois médios adiantados do Porto. Em termos ofensivos a arma era Lulinha, tinha que ser ele a resolver já que qualidade só existia no extremo brasileiro.

Perspectiva do Porto
Tenho evitado falar em 4-3-3, 4-4-2 e 3-4-3. Os sistemas podem ser demasiado dinâmicos para uma classificação rígida desse género. O Porto do jogo com o Estoril dá-me razão.
À primeira vista seria o sistema normal do Porto. Defesa com Miguel Lopes, Rolando, Maicon e Nuno André Coelho. Meio campo com Tomás Costa mais recuado e depois Belluschi e Rúben Micael, e na frente Mariano, Orlando Sá e Guarín. Mas não era bem assim. Miguel Lopes não jogava propriamente a lateral, avançava muito e a defesa reorganizava-se com três jogadores, descaindo Rolando para a direita. Por outro lado, era suposto Guarín descair mais para o meio, permitindo que Miguel Lopes chegasse muitas vezes à linha de fundo. Na verdade, este esquema do Porto não pode ser tipificado.

1ª Parte
Apesar da mudança táctica no Porto, o Estoril manteve-se fiel ao seu esquema táctico e na primeira arte as coisas funcionaram bem. O Porto tinha a posse de bola mas não era perigoso e Lulinha trocava muitas vezes os olhos a Nuno André Coelho, que sendo central não consegui acompanhar em velocidade o extremo brasileiro.
No extremo oposto do campo a velocidade também era oposta. Guarín até tem bom toque de bola e remata com força, mas velocidade não é propriamente a sua característica principal. É mais um Lipcsei ou um Kazmierckzak e não um Alenitchev ou um Jaime Magalhães.
Com um jogador laramente desadaptado e sem saber quando deveria encostar aos médio e quando deveria encostar à linha, o ataque do Porto apesar de ser canalizado pela direita onde existia mais um jogador, passava a ser inconsequente quando chegava a Guarín.
Talvez se este fosse encostado à esquerda poderia descair para o meio e rematar. No entanto, dada a sua velocidade reduzida e de não ter nenhum lateral por trás, Jesualdo preferiu encostá-lo à direita. E com alguns avanços e recuos a primeira parter chegou ao fim sem grandes motivos de interesse.


2ª Parte Substituições no Porto (sai Nuno André Coelho e Guarín e entram Falcao e Álvaro Pereira)
As duas substituições provam que Jesualdo desistiu do sistema híbrido testado na primeira parte. Álvaro Pereira passou a jogar a lateral clássico e Miguel Lopes também recuou do lado direito, Tomás Costa manteve-se como médio mais recuado e Mariano, Rúben e Belluschi passaram a formar uma linha mais ofensica no apoio aos dois pontas-de-lança. Foi esta superioridade numérica no meio campo que contra-balançou o jogo, ficando o Porto mais perigoso e tendo o Estoril mais dificuldades. O golo de Belluschi acabou por ser a conclusão natural de algo expectável.

O professor neca começou com uma substituição de ponta-de-lança por ponta-de-lança não conseguindo alterar quase nada no seu jogo e Lulinha foi baixando a sua intervenção no jogo à medida que se desgastava. Ainda tentou dar um toque mais ofensivo ao meio campo com a entrade de Bruno Matias, mas Orlando Sá acabou por marcar um belo golo e garantir o primeiro lugar no grupo. Por fim, entra Sérgio Oliveira para o lugar de Ruben Micael, passando a jogar quase a extremo direito e reduzindo meio campo para três elementos mais que suficientes para dominar o jogo

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